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25 de out. de 2013

Rio de Janeiro pressiona governo para criar uma Delegacia para Pessoas Desaparecidas


CAMPANHA 

Jovita Belfort, mãe do lutador de UFC Vitor Belfort, está lançando uma mobilização exigindo a criação de uma delegacia especializada em investigar desaparecidos no Rio. Sua filha, Priscila, desapareceu em janeiro de 2004. Só nesse ano, já são mais de 3.600 desaparecidos no Estado do Rio.

A pior coisa para parentes de um desaparecido é que qualquer história que inventarem pra você pode se encaixar na situação. Tem dias que acordo achando que a Priscila está morta. Em outros, tenho a esperança de que o telefone vai tocar com minha filha do outro lado da linha.

Casos como o da minha família atingem muita gente e isso, infelizmente, não tem atenção especial do Governo. Ao contrário de outras capitais, o Rio não possui uma delegacia exclusiva para investigar o desaparecimento de pessoas. Ainda que a chefe de Polícia, Martha Rocha, tenha demonstrado interesse nisso, nada foi feito na prática.

No dia 9 de janeiro de 2004, minha filha Priscila foi trabalhar. Colegas a viram entrando no escritório e, mais tarde, saindo para o almoço. Depois disso, Priscila desapareceu. Na mesma noite, meu outro filho, Vitor, foi dar queixa na 14ª DP. Eu, familiares e amigos não aguentamos e saímos pela cidade em busca dela. Voltamos para casa de manhã sem nenhuma informação.

O caso chegou na mídia e eu recebi dois pedidos de resgate, ambos falsos. Minha vida se transformou em peregrinações diárias à Polícia e, em uma delas, soube que havia indícios de que minha filha havia sido assassinada pelo traficante Gerinho, do Morro da Providência. O bandido acabou morrendo e a polícia foi interrogar Sapinho que, à época, era o "dono" do morro. Fiquei desesperada, mas ele negou envolvimento no suposto assassinato da Priscila. Tempos depois, encontraram três meninas parecidas com ela. Mais um alarme falso: nenhuma era minha filha. Embora tenha sofrido com mais essa decepção, meu coração ficou um pouco menos apertado ao saber que três mulheres haviam conseguido voltar para suas famílias.
Agora, com o caso do pedreiro Amarildo, a questão dos desaparecidos voltou à tona. A sociedade precisa aproveitar o momento para cobrar da delegada Martha Rocha, do secretário Beltrame e do governador Sérgio Cabral a criação da delegacia especializada em investigar desaparecidos! Não podemos mais postergar essa história! Esse é um passo fundamental para dar a essas famílias a atenção e o cuidado que elas merecem.

Jovita Vieira Belfort, mãe de Priscila Belfort

Saiba como pressionar o governo do Rio de Janeiro ► http://paneladepressao.org.br/campaigns/362

Caso Priscila Belfort - Desaparecidos do Brasil





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